O que é o gerenciamento de risco no transporte de cargas?
O que é o gerenciamento de risco no transporte de cargas?
Gerenciamento de risco é um termo relativamente comum na atualidade. Afinal, ele lida tanto com a segurança do produto/serviço vendido pela empresa quanto com a integridade física dos trabalhadores. Quando falamos de carga e descarga, o cuidado deve ser redobrado. Boa parte do corpo de trabalho atua fora da empresa, correndo riscos ainda maiores.
O cuidado constante com a sua frota pode ser o fator-chave para a proteção do seu trabalhador e, claro, da carga. Entenda mais como o gerenciamento de risco funciona e os benefícios que pode trazer para sua empresa.
Índice
- O que é gerenciamento de risco?
- Quais as etapas do gerenciamento de risco?
- Quais os principais riscos no transporte de carga?
O que é gerenciamento de risco?
Gestão ou gerenciamento de risco é o planejamento e a adoção de melhores práticas para minimizar riscos aos quais uma empresa está vulnerável. É um processo que inclui identificação, mensuração e controle de toda exposição ao perigo pelo qual essa companhia passa.
Quando falamos de gerenciamento de risco para transporte, estamos falando dessa prática voltada ao trabalho envolvendo o trabalho em si com as cargas, mas também ao planejamento logístico.
Um risco pode ser eliminado?
É necessário ressaltar que um risco não pode ser eliminado, e sim reduzido. Ele pode ou não acontecer, e o momento é imprevisível. O risco é a probabilidade de um evento positivo ou negativo ocorrer, mas quando falamos de gerenciamento, o objetivo é identificar fatores que possam causar danos à saúde ou integridade física de um indivíduo.
Outro fator importante é que o risco combina a probabilidade de um evento acontecer com a gravidade dos danos que ele pode causar.
Já o perigo — que, embora pareça, não é o mesmo conceito — é aquilo que ajuda a provocar um evento. Por exemplo: um acidente com um caminhão é um risco; o motorista dirigindo com pneus carecas é um perigo. É preciso observar os fatores que podem causar um problema (perigoso) para evitá-lo (risco).
Quais as etapas do gerenciamento de risco?
Uma área que lida com a proteção dos indivíduos precisa ser feita com planejamento. O gerenciamento de risco costuma passar pelas seguintes etapas:
- identificação do risco: a equipe de gerenciamento de risco .É durante esta etapa que o grupo pode preparar o registro de riscos do projeto;
- análise: após a identificação dos perigos, é possível avaliar a probabilidade de que cada risco aconteça e, assim, organizá-los em ordem de prioridade. Os mais altos devem ser reduzidos o máximo possível e quanto antes;
- controle:
- monitoramento e revisão:
Quais os principais riscos no transporte de carga?
Veja o que pode acontecer caso não haja gerenciamento de risco na sua empresa.
Falta de manutenção
O descuido com os veículos pode causar problemas sérios. Como citado, um pneu careca pode ser o fator-chave para um acidente numa estrada — principalmente quando combinado a chuvas.
Manutenções preventivas são muito mais em conta do que a remediação de um acidente e podem salvar vidas. Portanto, periodicamente é preciso que a frota passe pelo alinhamento de pneus e demais peças. Para que não haja prejuízos nas entregas, adote um rodízio dos veículos que vão passar por essa manutenção.
Roubo
O roubo de carga é um evento de difícil controle. Afinal, ele é determinado principalmente por fatores externos a sua empresa, como desigualdade social e falta de segurança nas ruas. Nesse caso, o gerenciamento de risco lida mais com dificultar a ação de um meliante da seguinte forma:
- diminuindo o tempo de carga em repouso, mas sem infringir leis trabalhistas ou a saúde física do motorista. Uma alternativa é dar preferência ao transporte diurno, que evita a exposição do indivíduo ao cansaço e a uma potencial falta de iluminação das estradas;
- treinando o motorista para evitar perigos iminentes, como tomar cuidado com falsas blitzes, não comunicar a ninguém o que há na carga e avisar à polícia rodoviária qualquer atividade suspeita;
- trabalhando com rotas alternadas, para que a frota não fique visada por gangues;
- protegendo os veículos com um sistema de segurança mais eficaz;
- utilizando sistemas de rastreamento da frota;
- colocando a frota em um seguro.
Dependendo do tipo de carga, pode ser necessário o uso de escolta armada. No entanto, é preciso estudar se há real necessidade e contar com profissionais extremamente capacitados, pois o uso de armas sempre será um risco.
Apreensão
Irregularidades fiscais podem causar multas e, pior, apreensão da carga. Para evitar esse problema, veja quais documentos são obrigatórios no transporte.
- Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT): emitido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o CIOT regulamenta e fiscaliza o pagamento do frete referente à prestação do serviço de transporte rodoviário de cargas;
- Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e): documento emitido pela própria transportadora que cobre a mercadoria entre a origem e o destino. Deve ser feito a cada operação de transporte, pois registra o serviço de frete contratado;
- Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e): emitido e armazenado digitalmente, o documento registra o transporte de cargas. Importante lembrar que é durante a emissão do MDF-e que se coloca o CIOT.
Multas
Além das irregularidades fiscais, a falta de manutenção da frota, o excesso de velocidade, tráfego em local/horário proibido, excesso de peso permitido e a falta de equipamentos obrigatórios no caminhão são alguns dos motivos que levam uma frota a levar multas. Portanto, o gerenciamento de risco atua ao treinar motoristas e manter os caminhões sempre preparados para o trajeto.
Atrasos
Fazer entregas após o prazo estipulado não só mancha a imagem da empresa com o consumidor, mas atrapalha todo o planejamento estratégico dos stakeholders. Com isso, a reputação da transportadora fica manchada, acarretando perda de clientes e, consequentemente, de caixa.
O gerenciamento de risco evita esse problema ao promover:
- rotas rápidas e, se possível, com um “plano B” caso haja problemas, como chuvas ou interrupções da pista;
- revisão constante dos veículos para que não sofram problemas no meio do caminho;
- destocamento de carga em locais estratégicos;
- sistema de rastreamento por GPS;
- rodízio da frota.
Estradas ruins
A má conservação de uma estrada é uma agente externa e fora do controle da transportadora. O problema é que ela desgasta os pneus com muito mais rapidez, além de causar acidentes com facilidade.
Infelizmente, essa dificuldade é crônica. Em 2019, Bruno Batista Martins, diretor-executivo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), declarou que o Brasil conta com mais de 1,7 milhão de quilômetros de rodovias — 213 mil deles pavimentados, 1,3 milhão não pavimentados e 157 mil planejados. Nesse caso, é preciso um bom estudo sobre as estradas brasileiras e, claro, manutenções constantes.
Como visto, alguns dos perigos diagnosticados não estão no poder da empresa. Por isso, não serão eliminados por elas. Contudo, os riscos podem sim ser evitados — e cabe à equipe de gerenciamento saber o que pode causar problemas na execução do trabalho e o que fazer para evitá-los o máximo possível.
Entendeu quais as vantagens do gerenciamento de risco no transporte de cargas? Então, conte com uma empresa que possa fazer esse trabalho da melhor forma possível.
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